A lenda das “Mil penas de Tsuru”
Vocês repararam que a logo de nosso site é um “Tsuru”?
Na mitologia japonesa, o tsuru é considerado o pássaro mais velho do planeta, com expectativa de vida de cerca de mil anos.
Tsuru é uma ave parecida com uma cegonha e fala-se que pode viver até mil anos. Os japoneses têm o tsuru como símbolo de saúde, sorte, felicidade e fortuna.
Diz-se que essa ave era companheira dos eremitas que faziam meditação no alto das montanhas. No Japão antigo, acreditava-se que os eremitas místicos tinham poderes sobrenaturais que retardavam o envelhecimento.
Ao longo dos anos, por terem sido companheiros de eremitas, creditaram à essa ave a mística de ser um talismã poderoso, ave com ação sobrenatural e capaz de retardar o processo de envelhecimento. Dessa forma, o tsuru ganhou o título de “pássaro da longevidade”. Na Ásia, a crença da juventude perdura até os dias atuais, onde essas aves simbolizam a mocidade eterna e a felicidade plena.
Há uma lenda no Japão que diz que, se a pessoa fizer mil tsurus de origami ( dobradura de papel) , com um pensamento voltado a um desejo, este então se realizará após completar os mil pássaros de papel.
Deixo pra vocês uma lenda sobre esse pássaro tão importante para povo japonês.
Lenda das “mil penas de tsuru”.
conta a lenda que um camponês muito pobre vivia em uma cabana humilde e seu único alimento era algumas verduras que colhia de sua terra cansada.
Um dia, enquanto tentava plantar em sua terra mais ao longe por achar menos árida, encontrou um grou com a asa quebrada. A ave não podia voar em busca de alimento, estava fraca e beirando a morte. O camponês sentindo compaixão por tamanho sofrimento, rapidamente tomou o grou em seus braços e a levou para sua cabana. Ele cuidou de sua asinha e, pacientemente, colocou em seu bico algumas sementes. Com o passar dos dias, a grou melhorou porque a bondade do camponês a livrou da morte. Quando ela pôde voar, o camponês a libertou.
Alguns dias depois, uma mulher adorável apareceu em sua cabana pedindo que lhe desse abrigo por uma noite. O camponês, por ser uma pessoa de bom coração, não negaria esta caridade à pessoa alguma. Porém, a beleza daquela mulher fez com que ele acreditasse que deixá-la dormir em sua humilde cabana era realmente uma honra.
Imediatamente após aquela noite, os dois se apaixonaram e se casaram. A noiva era delicada, atenciosa e tinha tanta disposição para o trabalho quanto era bonita. E assim eles viviam muito felizes. Mas para o camponês, que já tinha muita dificuldade quando vivia sozinho, ficou muito mais difícil ainda cobrir as despesas que sua nova vida de casado lhe trazia.
Preocupada com esta situação, a esposa disse ao marido que produziria um tecido especial, pois tecer era um trabalho comum para as mulheres nessa época. Ele poderia vendê-lo para ganhar dinheiro, mas ela o alertou que precisaria fazer seu trabalho em segredo, e que ninguém, nem mesmo ele, seu marido, poderia vê-la tecer.
O homem construiu uma pequena cabana nos fundos de sua casa onde ela trabalhava trancada durante três dias. O marido só ouvia o som do tear batendo. A curiosidade e a saudade que tinha de sua bela mulher fazia com que estes dias demorassem muito para passar.
Quando o som da tecelagem parou, ela saiu com um lindo tecido entre os braços, de textura delicada, brilhante e com desenhos exóticos. A tecelã lhe deu o nome de “mil penas de tsuru”.
O marido então levou o tecido para a cidade. Os comerciantes ficaram surpreendidos e lutaram entre si para consegui-lo. O vencedor da disputa pelo tecido pagou com muitas moedas de ouro. O pobre homem não podia acreditar que tão de repente a sorte começasse a lhe sorrir. Desde então, a esposa passou a trabalhar no valioso tecido outras vezes. O casal podia, com o fruto da venda, viver em conforto. A mulher, porém, tornava-se dia após dia mais magra.
Um dia, a esposa tecelã disse ao marido que não poderia tecer por um bom tempo. A mulher estava muito cansada. Seus ossos lhe doíam e a fraqueza quase a impedia de ficar em pé.
O camponês a amava muito e acreditava naquilo que a esposa dizia, no entanto, tinha experimentado a cobiça. Ele havia contraído algumas dívidas na cidade e pediu para que ela tecesse somente por mais uma vez. A princípio ela não aceitou, mas perante a insistência do marido, cedeu e começou a tecer novamente.
Desta vez ela não saiu no terceiro dia como era de costume, o homem ficou preocupado. Mais três dias se passaram sem que ela aparecesse e isso começou a deixar o marido desesperado.
No sétimo dia, sem saber mais o que fazer, ele quebrou sua promessa, espiando o serviço de tecelagem que ela fazia.
Para a sua surpresa, não era sua mulher que estava tecendo. Arqueada sobre o tear encontrava-se um grou, muito parecido com aquele que o camponês havia curado. O homem mal pôde dormir à noite, pensando o que teria acontecido com a mulher que amava. Amaldiçoava-se por ter sido insaciável e praticamente ter obrigado a sua querida esposa a tecer mais uma vez.
Na manhã seguinte, a porta da cabaninha se abriu e o camponês com o coração aos saltos fixou seus olhos na porta, esperançoso em ver a sua esposa sair dela com vida.
A mulher saiu da cabana com profundas olheiras, trazendo o último tecido nas mãos trêmulas. Entregou-o para o marido e disse, “agora preciso voltar, você viu minha verdadeira forma, sendo assim, eu não posso mais ficar com você”.
Depois de dizer estas palavras, transformou-se em sua verdadeira forma para em seguida alçar voo exibindo um lindo rastro de pó cintilante. Ela deixou o arrependido camponês em eterna lágrimas.
Gostaram? Lindo não?
A logo de nosso site foi criada por minha filha, pois “Tsuru” é o nome de minha mãe (In memoriam), então tem um significado muito especial para mim.
Vida longa e saudável a todos !
नमस्ते
どうもありがとうございました